A cinco dias da votação do Projeto de Lei do Imposto de Renda do Governo Lula, o secretário Nacional de Comunicação do PT, Éden Valadares, elevou o tom do debate, defendendo a isenção para rendas de até R$ 5 mil e, em contrapartida, a taxação de detentores de grandes fortunas e rentistas que, segundo ele, não produzem riqueza no país.
Em entrevista ao programa Poder em Pauta, da Carta Capital, nesta sexta-feira (26), o dirigente petista criticou a postura de parlamentares contrários ao projeto e classificou como “absurda” a atual legislação tributária, que desobriga a elite de grandes fortunas do pagamento de impostos.
“Deveria ser consenso no Brasil taxar a elite que vive de renda e não produz, efetivamente, riqueza para o nosso país e que ainda leva esse dinheiro embora sem deixar nenhum imposto,” declarou Éden Valadares.
Para o secretário, a taxação deveria ser vista como um “pacto nacional, no mínimo, pela moralidade”. Ele argumenta que o sacrifício fiscal seria mínimo para os mais ricos e traria um grande benefício social: “É necessário taxar um pouco mais uma pequena elite de 140 mil pessoas para beneficiar os outros 20 milhões, no caso do Imposto de Renda,” acrescentou.
Desigualdade Social e Crítica à Oposição
Valadares reforçou que o modelo de tributação atual perpetua “chagas que nos envergonham”, referindo-se às desigualdades históricas do país. Ele classificou a concentração de riqueza brasileira como “sem parâmetro no mundo”.
“É motivo de vergonha para o Brasil. Um país que é uma das maiores economias e populações do mundo ainda convive com milhões de crianças dormindo com fome”, desabafou o líder petista.
Em sua análise, o secretário comparou as prioridades políticas: enquanto o campo progressista, liderado pelo PT e pelo Governo Lula, busca promover a justiça social através da reforma tributária, a oposição e a extrema-direita estariam articuladas para gerar “mais privilégios” e buscar anistia para atos considerados de “tentativa de assassinato” e “golpe”.

