Garimpo Legal qualifica trabalhadores e reforça compromisso com mineração responsável na Bahia

Mais de 120 garimpeiros dos municípios de Novo Horizonte, Ibitiara e Santaluz receberam, nesta terça-feira (28), os certificados de conclusão do curso “Garimpo Legal: Formação para o Desenvolvimento Sustentável da Atividade Garimpeira”, durante a Exposibram 2025, no Centro de Convenções de Salvador.

A iniciativa, promovida pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) em parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), tem como foco profissionalizar e regularizar a atividade garimpeira na Bahia, garantindo segurança, sustentabilidade e inclusão social.

O presidente da CBPM, Henrique Carballal, destacou o simbolismo de reunir grandes executivos do setor mineral e trabalhadores da base em um mesmo espaço.

“O garimpeiro é um trabalhador que sempre sofreu preconceito e nunca teve uma política pública efetiva. Agora, com o apoio do Estado, ele recebe qualificação técnica e aprende a manusear elementos químicos sem colocar em risco a própria saúde nem o meio ambiente”, afirmou.

Carballal reforçou que o projeto tem um papel social importante.

“O que temos na Bahia são trabalhadores que sustentam suas famílias e precisam do apoio do Estado. A CBPM e a Setre cumprem essa missão, oferecendo capacitação e abrindo caminho para parcerias que ampliem a produção de forma responsável”, completou.

O secretário da Setre, Augusto Vasconcelos, ressaltou a importância da formação.

“O curso foi voltado para homens e mulheres que têm no garimpo o sustento de suas famílias. Eles aprenderam sobre legislação, segurança do trabalho e normas ambientais — pilares para uma mineração responsável”, afirmou.

As turmas do curso foram formadas por integrantes da Cooperativa de Garimpeiros de Novo Horizonte (Cooperganh), Cooperativa dos Agricultores e Garimpeiros de Ibitiara (Coopagibi) e Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Branca (Coomisgab), de Santaluz.

Os resultados da qualificação já começam a ser percebidos. A garimpeira Maria Santos, da Coomisgab, destacou que o curso mudou a forma de enxergar o trabalho.

“Aprendemos que temos direitos, mas também responsabilidades. Precisamos cuidar do nosso ambiente de trabalho”, disse.

Para Elton Johnson, da Coopagibi, a experiência foi transformadora.

“Saí cheio de informações que não tinha, principalmente sobre como trabalhar de forma correta e preservar o meio ambiente”, afirmou.

Qualificação e novas oportunidades

Ministrado por técnicos da CBPM e da Setre, o curso abordou temas como gestão da produção, controle de custos, cooperativismo, uso de EPIs, recuperação de áreas degradadas e práticas sustentáveis de lavra. A equipe docente incluiu as geólogas Rejane Luciano e Rebeca Marcelino, o gerente financeiro Romero Cordeiro e a técnica supervisora Cíntia Gois.

Além da capacitação, a CBPM anunciou a assinatura de convênios com as cooperativas participantes para o uso de áreas com potencial aurífero já identificadas pela companhia, garantindo que os garimpeiros atuem com segurança jurídica e ambiental.

Segundo Carballal, os acordos seguirão critérios rigorosos, com tolerância zero para trabalho infantil, abuso sexual e danos ambientais.

“Nosso compromisso é com o desenvolvimento sustentável e o respeito às comunidades locais”, concluiu o presidente.

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