A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara de Salvador, criticou duramente o Projeto de Lei nº 424/2025, que propõe mudanças no Plano Diretor (PDDU) e na Lei de Uso e Ordenamento do Solo (LOUOS). Segundo ela, a proposta abre caminho para construções acima de 75 metros na orla atlântica, o que pode provocar sombreamento nas praias da cidade.
Durante sessão nesta quarta-feira (22), Aladilce classificou a proposta como uma “manobra para beneficiar o setor da construção civil”, denunciando a inclusão de uma emenda no projeto original — que tratava de acessibilidade — sem a devida transparência. “É um jabuti que está subindo de elevador e apertando o 35º andar”, ironizou.
A parlamentar afirmou que nem mesmo vereadores da base sabiam de onde partiu a mudança no texto. “Hoje de manhã nas comissões, a base do governo perguntava: de quem é esse jabuti?”, afirmou. Ela também contestou a emenda apresentada pelo vereador Omarzinho, que exige estudo de sombreamento, dizendo que é técnica demais para votação segura. “É extensa, confusa e não dá segurança ao plenário”, disse.
Aladilce destacou que alterações desse tipo não deveriam ser feitas sem debate público nem parecer do Conselho da Cidade, fechado pela atual gestão, segundo ela. “O prefeito Bruno Reis não gosta de transparência, por isso fechou o Conselho”, disparou.
Por fim, a vereadora alegou que o projeto apresenta vício de origem e deve ser rejeitado. “É um jabuti insanável, fruto de árvore podre. Não passou pelas instâncias corretas e, portanto, é inconstitucional e ilegal”, concluiu.

